Concordância verbal
é a relação estabelecida de forma harmônica entre sujeito e verbo, isto é, quando o sujeito está no singular, o verbo também deve estar, e;
quando o sujeito estiver no plural, o verbo também estará.
Exemplos:
a. Eu adoro quando as flores desabrocham na Primavera.
b. Elas adoram quando as flores desabrocham na Primavera.
c. A Vera e a Marta entraram no hospital.
Pode até Parecer simples, mas há várias situações que provocam dúvidas não só nos alunos, mas em qualquer falante da língua portuguesa. Veja as ditas regras:
Regras para sujeito simples
1. Sujeito colectivo
Nesta situação, o verbo fica sempre no singular.
Exemplo:
A multidão ultrapassou o limite.
Por outro lado, se o colectivo estiver especificado, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural.
Exemplo:
a. A multidão de fãs ultrapassou o limite.
b. A multidão de fãs ultrapassaram o limite.
2. Colectivos partitivos
O verbo pode ser usado no singular ou no plural em colectivos partitivos, tais como "a maioria de", "a maior parte de", "grande número de".
Exemplo:
a. Grande número dos presentes se retirou.
b. Grande número dos presentes se retiraram.
Expressões "mais de", "menos de", "cerca de"
Nestes casos, o verbo concorda com o numeral.
Exemplo:
a. Mais de uma mulher quis trocar as mercadorias.
b. Mais de duas pessoas chegaram antes do horário.
Nos casos em que “mais de” é repetido indicando reciprocidade, o verbo vai para o plural.
Exemplo:
a. Mais de uma professora se abraçaram.
4. Substantivos próprios
Com substantivos próprios, a concordância deve ser feita considerando a presença ou não de artigos.
Exemplo:
a. Os Estados Unidos influenciam o mundo.
b. Estados Unidos influencia o mundo.
5. Pronome relativo "que"
O verbo deve concordar com o antecedente do pronome “que”.
Exemplo:
a. Fui eu que levei.
b. Foste tu que levaste.
c. Foi ele que levou.
6. Pronome relativo "quem"
O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode concordar com o antecedente do pronome "quem".
Exemplo:
a. Fui eu quem afirmou...
b. Fui eu quem afirmei...
Expressão "um dos que"
Este é mais um dos casos em que tanto o verbo pode ser conjugado no singular como no plural.
Exemplo:
a. Ele foi um dos que mais contribuiu.
b. Ele foi um dos que mais contribuíram.
Regras para sujeito composto
1. formados por sinónimos
O verbo tanto pode ir para o plural, como pode ficar no singular e concordar com o núcleo mais próximo.
Exemplo:
a. Preguiça e lentidão destacaram aquela gerência.
b. Preguiça e lentidão destacou aquela gerência.
2. Sujeito formado por palavras em graduação e enumeração
Este é mais um caso em que tanto o verbo pode flexionar para o plural, como também pode concordar com o núcleo mais próximo.
Exemplo:
a. Um mês, um ano, uma década de poder não supriu a saúde.
b. Um mês, um ano, uma década de poder não supriram a saúde.
3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes
Nesta situação, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa, por ordem de prioridade.
Exemplo:
a. Eu, tu e Gerson só chegaremos ao fim da noite.
(eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ele, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós chegaremos".
b. Jurcélio e eu conseguimos comprar um apartamento.
(eu, 1.ª pessoa + Jurcélio, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular que tem
prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós conseguimos".
4. Sujeitos ligados por "ou"
Os verbos ligados pela partícula "ou" vão para o plural quando a ação verbal estiver se referindo a todos os elementos do sujeito.
Exemplo:
a. Doces ou chocolate desagradam ao menino.
Quando a partícula “ou” é utilizada como retificação, o verbo concorda com o último elemento.
Exemplo:
a. A menina ou as meninas esqueceram muitos acessórios.
Mas, quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo permanece no singular.
Exemplo:
a. Lizete ou Sheila ganhará mais tempo.
5. Sujeitos ligados por "nem"
Quando os sujeitos são ligados por "nem", o verbo vai para o plural.
Exemplo:
a. Nem chuva nem frio são bem recebidos.
6. Sujeitos ligados por "com"
Quando semelhante à ligação "e", o verbo vai para o plural.
Exemplo:
a. O actor com seus convidados chegaram às 17 horas.
Mas, quando "com" representar “em companhia de”, o verbo concorda com o antecedente e o segmento "com" é grafado entre vírgulas:
Exemplo:
a. O pintor, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da exposição.
7. Sujeitos ligados por "não só, mas também", "tanto, quanto", "não só, como"
Nesses casos, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo.
Exemplo:
a. Tanto Simões como Catarina participaram da mostra.
b. Tanto Simões como Catarina participou da mostra.
8. Partícula "se"
No caso em que a palavra "se" é índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado na 3.ª pessoa do singular.
Exemplo:
a. Confia-se em todos.
No caso em que a palavra "se" é partícula apassivadora, o verbo deve ser conjugado concordando com o sujeito da oração.
Exemplo:
a. Construiu-se uma igreja.
b. Construíram-se novas igrejas.
9. Verbos impessoais
Os verbos impessoais sempre são conjugados na 3.ª pessoa do singular.
Exemplo:
a. Havia muitos copos naquela mesa.
b. Houve dois meses sem mudanças.
10. Sujeito seguido por "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um"
Neste caso, o verbo fica no singular.
Exemplo:
a. Amélia, Silvina, Minercio, ninguém o convenceu de mudar a opinião.
11. Sujeitos ligados por "como", "assim como", "bem como"
O verbo é conjugado no plural.
Exemplo:
a. O trabalho, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher forte.
Locuções "é muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de"
Nestes casos, em que as locuções indicam preço, peso e quantidade, o verbo fica sempre no singular.
Exemplo:
a. Três vezes é muito.
13. Verbos "dar", "soar" e "bater" + hora(s)
O verbo sempre concorda com o sujeito.
Exemplos:
a. Deu uma hora que espero.
b. Soaram duas horas.
14. Indicações de datas
O verbo deve concordar com a indicação numérica da data.
Exemplo:
a. Hoje são 25 de Maio.
Mas o verbo também pode concordar com a palavra dia.
Exemplo:
Hoje é dia 25 de Maio.
15. Verbos no infinitivo
15.1 Infinitivo impessoal
Verbos no infinitivo não devem ser flexionados nas seguintes situações:
a) Quando têm valor de substantivo.
Exemplo: Comer é o melhor que há.
b) Quando têm valor imperativo.
Exemplo: Vá dormir!
c) Quando são os verbos principais de uma locução verbal.
Exemplo: Íamos sair quando você chegou.
d) Quando são regidos por preposição.
Exemplo: Começamos a cantar.
15.2 Infinitivo pessoal
Verbos no infinitivo devem ser flexionados quando os sujeitos são diferentes e queremos defini-los.
Exemplo:
a. Comprei a pão-colorido para eles comerem.
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